Com origem no latim, o nome Casta significa pura, sem mistura. Cada variante apresenta uma diferenciação própria, quer ao nível da folhagem, dos cachos (tamanho e forma), e igualmente do seu sabor.
Em todo o mundo, são cultivadas mais de 10.000 variedades, sendo Portugal um dos países que alberga um maior número de castas únicas e exclusivas, nomeadamente no Alentejo e, mais especificamente, em Borba.
Fique a conhecer neste artigo as principais castas brancas da Adega Cooperativa de Borba que têm contribuído para a criação de vinhos de qualidade reconhecidos mundialmente.
Rabo de Ovelha
Está dispersa por todo o país, especialmente no Alentejo, Ribatejo e Estremadura, mas também no Douro, onde é conhecida por Rabigato. Os vinhos que origina são de cor citrina, com aromas discretos, ligeiramente frutados, equilibrados e de média intensidade, com notas florais, vegetais e até minerais. Sendo uma casta de teor alcoólico considerável, normalmente entra em lote com outras variedades, melhorando o rendimento sem perda de qualidade. Os vinhos de Rabo de Ovelha têm uma boa longevidade e acidez elevada.
Roupeiro
É a principal casta de uva branca do Alentejo, conhecida noutros locais como Síria. Trata-se de uma variedade muito produtiva, que se caracteriza por cachos com forma piramidal-alada e bagos pequenos de tamanho uniforme. A Roupeiro origina vinhos delicados, frescos, elegantes e com uma tonalidade citrina.
Apresenta aroma frutado a laranja e limão, com sugestões de pêssego, melão, loureiro e flores silvestres.
Antão Vaz
Pouco se sabe acerca da origem desta casta que se encontra apenas no Alentejo, onde é bastante valorizada. Está bem adaptada ao clima quente e soalheiro das suas planícies, com cachos volumosos, compactos e bagos grandes de película dura.
De cor citrina, origina vinhos firmes, estruturados e encorpados, com aromas exuberantes como as notas de fruto tropical maduro, revelando o sabor de manga, pêssego, fruto tropical e mel.
Tamarez
É um segredo que o Alentejo guarda, embora tenha surgido na região do Tejo. Outrora cultivava-se noutras zonas, mas com diferentes designações.
Os vinhos apresentam uma cor citrina-amarelada. São ligeiramente frutados, com acidez moderada, onde se destacam as notas de alperce, tangerina, fruto seco e herbáceo doce.
Entra em lote com outras castas brancas, melhorando o rendimento sem perda de qualidade.
Arinto
É provavelmente a casta branca com maior expressão no território nacional, sendo na região dos Vinhos Verdes chamada de Pedernã. Muito versátil, a Arinto apresenta cachos de tamanho médio, compactos e com bagos pequenos. Os vinhos têm um excelente equilíbrio entre álcool e acidez.
O aroma é relativamente discreto, onde sobressaem notas de maçã verde, lima e limão. É frequentemente utilizada na produção de vinhos de lote e também de vinho espumante.
Verdelho
Esta casta está entre as mais nobres variedades portuguesas, sendo uma das responsáveis pela grande qualidade do Vinho da Madeira, região onde é tradicionalmente cultivada.
Responsável pelo sucesso dos vinhos generosos do mesmo nome, floresce na costa norte da ilha, a elevadas altitudes, oferecendo uvas com acidez notável e nível de açúcar razoável.
A casta apresenta cachos pequenos e compactos compostos por bagos “miúdos” de cor verde amarelada, produzindo vinhos aromáticos e equilibrados, com aroma a frutos tropicais, maracujá, minerais e lima.
São néctares bem estruturados, equilibrados e com sabor persistente.
Fernão Pires
É uma das castas mais plantadas em Portugal, tradicionalmente nas regiões do Tejo, Lisboa e Bairrada. Tem uma produtividade e um nível de versatilidade elevados, sendo rica em compostos aromáticos (o que ajuda a explicar a sua popularidade).
Os vinhos de Fernão Pires mostram uma cor citrina e acidez equilibrada, com aroma a lima, limão, tangerina, flor de laranjeira, rosa e ervas aromáticas.
O seu paladar é persistente e fino. Para além de Portugal, a casta Fernão Pires tem sido plantada com algum sucesso na África do Sul e Austrália.
Os seus vinhos devem ser bebidos jovens.
Gouveio
A casta Gouveio é tradicional sobretudo na região do Douro e do Dão. Trata-se de uma casta produtiva, medianamente generosa nos rendimentos, sensível ao oídio e às chuvas tardias, com cachos médios e compactos que produzem uvas pequenas de cor verde-amarelada.
Oferece vinhos frescos e vivos de cor esverdeada, com um excelente equilíbrio entre acidez e açúcar. A sua boa graduação alcoólica torna estes néctares encorpados, elegantes e com uma capacidade para um bom envelhecimento em garrafa.
A Gouveio apresenta-se com os aromas frescos dos citrinos, com notas a pêssego e anis.
Alvarinho
Alvarinho é uma casta originária do Noroeste peninsular, responsável pelo sucesso dos vinhos da sub-região de Monção e Melgaço.
É vigorosa, mas pouco produtiva, com cachos pequenos e elevada proporção de grainhas.
Origina vinhos com elevado potencial alcoólico, boa estrutura, elegantes e perfumados. A acidez é viva, com o predomínio de fruto cítrico e fruto tropical, este último principalmente no Alentejo.
Possui notas aromáticas de pêssego, limão, maracujá, lichia, casca de laranja, jasmim, flor de laranjeira e erva-cidreira.
A reter…
A região do Alentejo reúne as condições ideais para o desenvolvimento de várias castas, devido ao seu clima e exposição solar. Estas e outras características, entre as quais os solos ou a geografia, atribuem aos vinhos um carácter único e singular.
Por esse motivo, muitos foram vários os prémios já ganhos em diferentes competições mundiais pela Adega Cooperativa de Borba ao longo da sua história.
O sabor suave dos seus brancos, ligeiramente ácidos, e com notas de frutos tropicais, desde cedo se distinguiram pelo seu paladar.
Nos últimos anos têm sido colocadas no mercado novas referências de vinhos monovarietais que dão a conhecer as características únicas das castas brancas típicas do Alentejo.