A área vitivinícola da Adega Cooperativa de Borba é composta por mais de 2000 hectares, dos quais 70% são dedicados às castas tintas e os restantes 30% às castas brancas.
Ao longo dos últimos anos, existiu um reforço com a introdução de novas variantes: nas tintas a Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Tinta Caiada, e nas brancas a Arinto, Antão Vaz e Roupeiro.
Neste artigo vai ficar a conhecer as características das castas tintas da Adega.
Descubra as suas diferenças para futuras provas de vinho!
Trincadeira
Quase todo o território de Portugal Continental conhece vinhas desta variedade. Quando novos, os vinhos mostram-se encarnados de tom semelhante ao da romã. O aroma é complexo, juntando ameixa preta, notas vegetais e pimenta.
Gera vinhos macios, elegantes e com acidez, o que confere frescura. Habitualmente o vinho da casta Trincadeira tem potencial de envelhecimento.
Aragonez
Trata-se de uma variedade nobre, presente em grande parte de Portugal, como Tinta Roriz, mas também em Espanha, como Tempranillo.
A Aragonez é bastante produtiva e capaz de originar vinhos de qualidade. O clima quente e seco do Alentejo é o ideal para que se façam vinhos elegantes e com “nervo”. Mostra-se com aromas a frutos do bosque e a ameixa preta.
Castelão
A Castelão gosta do Sul de Portugal, onde o clima é mais quente. Os vinhos desta variedade são de vermelho denso, apresentando um sabor macio, redondo, com volume e agradável acidez.
Em termos aromáticos dominam os frutos do bosque, especialmente a groselha. É uma casta trabalhosa, pois se a vinha for descorada, perde o seu encanto e torna-se rústica.
Alicante Bouschet
Embora com um nome francês, é uma casta bem portuguesa e, mais concretamente, alentejana. Foi desenvolvida por Henri Bouschet, em 1855, através do cruzamento de Petit Bouschet e de Grenache Noire.
A Alicante Bouschet foi criada a pensar na região do Midi (Sul, em designação antiga) e na colónia francesa da Argélia. Em França não teve adesão e é tida como desinteressante. Melhor recetividade registou no Norte de África, mas é no Alentejo onde nascem os seus melhores vinhos.
O seu sumo é colorido, sendo por isso uma casta tintureira, com a alcunha de “tinta de escrever”. Por outro lado é complexa em termos olfativos, onde podem surgir aromas de frutos do bosque, cacau, azeitona e herbáceos. Tem taninos firmes, é volumosa e generosa quando colocada em lote.
Touriga Nacional
Esta é a estrela das castas portuguesas. As suas qualidades e versatilidade fizeram com que se espalhasse pelo país, conseguindo manter a identidade e diferenciar-se pela localização.
Os vinhos de Touriga Nacional apresentam aromas de violetas, por vezes com notas de rosas ou de flor de laranjeira, cereja, ginja, ameixa preta, amoras, framboesas ou geleia.
Na boca é elegante, com volume, taninos presentes, mas macios e final prolongado. Por ser bastante exuberante, necessita de atenção e tem a virtude de adicionar valor ao lote de vinho onde seja acrescentado.
Syrah
A Syrah tem origem em França e é das castas mais plantadas em todo o mundo. Em Portugal, encontrou no Alentejo a sua localização predileta.
Tem o dom de entregar sofisticação aos lotes feitos com uvas mais rústicas, mas apresenta-se muito bem a solo. Aromaticamente lembra cacau, ou chocolate preto, ameixa preta e especiarias.
É um vinho macio e elegante na boca, muito fácil de agradar.
Cabernet Sauvignon
A Cabernet Sauvignon resulta do cruzamento de Cabernet Franc e de Sauvignon Blanc. Os grands crus de Bordéus dão-lhe uma fama inigualável, o que a fez viajar para locais muito diversos, demonstrando elasticidade – é possivelmente a casta mais plantada no mundo. O Alentejo não é exceção, encontrando-se na região de Borba vinhos de grande qualidade e identidade.
Muito conhecida pelas notas persistentes a pimento verde, no calor alentejano mostra-se frequentemente como pimento vermelho. Neste sentido, é uma boa opção para acompanhar enchidos de elevada qualidade.
Porém, não apenas o pimento surge nesta casta de cariz vegetal: eucalipto e menta são também comuns nestes néctares. Os vinhos têm boa estrutura de boca e elegância, sendo muitas vezes usados para a melhoria de lotes.
Touriga Franca
A Touriga Franca é outra casta criada pelo homem, surgindo do cruzamento de Touriga e de Mourisco, em meados do século XIX. O objectivo terá sido o de conseguir videiras fáceis de trabalhar e uvas de qualidade na adega.
Com origem no Douro, nem sempre gosta dos locais onde é plantada, tendo sido na região de Borba onde melhor se adaptou. Raramente surge sozinha, oferecendo estrutura e “nervo” aos lotes.
Aromaticamente é rústica, evocando restolho e ervas bravias.
Alfrocheiro
Pouco se sabe desta casta, mas a diminuta variedade genética indica que será recente. O Alentejo é onde tem maior expressão, uma vez que o Alfrocheiro gosta de clima mais seco e ensolarado.
Apresenta-se com tonalidade carregada, aromas a amora, ameixa preta e morango silvestre. Dá vinhos macios e de fácil agrado.
Tinta Caiada
A Tinta Caiada aprecia o calor e muitas horas de luz solar, tornando-se assim popular no Alentejo. Diferencia-se pela sua frescura, boa estrutura, maciez, e longevidade na boca.
O aroma lembra frutos vermelhos, chocolate preto e notas de terra.
A reter…
Os tintos elaborados na região apresentam normalmente uma coloração escura, são encorpados e ricos em taninos.
As características das castas tintas do Alentejo são bastante apreciadas pelo consumidor português. Por outro lado são também um sucesso de exportação, tendo vindo a ganhar maior destaque em alguns mercados como, por exemplo, o Brasileiro.
A região do Alentejo reúne assim as condições ideais para o desenvolvimento de várias castas, devido ao seu clima e exposição solar. Estas e outras particularidades, entre as quais os solos ou a geografia, atribuem aos vinhos um carácter único e singular.
Por esse motivo, muitos foram os prémios já ganhos em diferentes competições mundiais pela Adega Cooperativa de Borba ao longo da sua história.