TRINCADEIRA

Quase todo o território de Portugal Continental conhece vinhas desta variedade. Quando novos, os vinhos mostram-se encarnados de tom semelhante ao da romã. O aroma é complexo, juntando ameixa preta, notas vegetais e pimenta. Gera vinhos macios, elegantes e com acidez que confere frescura. Habitualmente, o vinho da casta Trincadeira tem potencial de envelhecimento.
ARAGONEZ

Trata-se duma variedade nobre, presente em grande parte de Portugal, como Tinta Roriz, mas também em Espanha, como Tempranillo. A Aragonez é bastante produtiva, mas origina vinhos de qualidade. O clima quente e seco do Alentejo é o ideal para que se façam vinhos elegantes e com «nervo». Mostra-se com aromas a frutos do bosque e a ameixa preta.
CASTELÃO
A Castelão gosta do Sul de Portugal, onde o clima é mais quente. Os vinhos desta variedade são de vermelho denso. Os néctares destas uvas são macios, redondos e com volume, com agradável acidez. Em termos aromáticos dominam os frutos do bosque, especialmente groselha. É uma casta trabalhosa, pois se a vinha for descorada, a casta perde o encanto e torna-se rústica.
ALICANTE BOUSCHET

Embora com um nome francês, é uma casta bem portuguesa. Aliás, alentejana. Foi desenvolvida por Henri Bouschet, em 1855, através do cruzamento de Petit Bouschet (também criação sua) e de Grenache Noire.
A Alicante Bouschet foi criada a pensar na região do Midi (Sul, em designação antiga) e na colónia francesa da Argélia. Em França não teve adesão e é tida como desinteressante. Melhor receptividade teve no Norte de África, mas é no Alentejo onde nascem os seus melhores vinhos.
O seu sumo é colorido, sendo por isso uma casta tintureira, com a alcunha de «tinta de escrever». É uma casta complexa, em termos olfactivos, onde podem surgir frutos do bosque, cacau, azeitona e herbáceos. Tem taninos firmes, é volumosa e generosa quando colocada em lote.
TOURIGA NACIONAL

Esta é a estrela das castas portuguesas. As suas qualidades e versatilidade fizeram com que se espalhasse pelo país, conseguindo manter a sua identidade e diferenciar-se pela localização.
Os vinhos de Touriga Nacional apresentam aromas de violetas, por vezes com notas de rosas ou de flor de laranjeira, cereja, ginja, ameixa preta, amoras, framboesas, geleia… Na boca é elegante, com volume, taninos presentes, mas macios e final prolongado. Por ser bastante exuberante, necessita de atenção e tem a virtude de «iluminar» o lote de vinho em que seja acrescentada.
SYRAH

A Syrah tem origem em França e é das castas mais plantadas em todo o mundo. Em Portugal, encontrou no Alentejo uma «boa casa» para viver. Tem o dom de entregar sofisticação aos lotes feitos com uvas mais rústicas, mas apresenta-se muito bem a solo. Aromaticamente lembra cacau, ou chocolate preto, ameixa preta e especiarias. É macio e elegante na boca, muito fácil de agradar.
CABERNET SAUVIGNON

A Cabernet Sauvignon resulta do cruzamento de Cabernet Franc e de Sauvignon Blanc. Os grands crus de Bordéus dão-lhe uma fama inigualável, o que a fez viajar e para locais muito diversos, demonstrando elasticidade – é possivelmente a casta mais plantada no mundo. O Alentejo não é excepção e na região de Borba conseguem-se vinhos de grande qualidade e identidade.
Muito conhecida pelas notas persistentes a pimento verde, no calor alentejano mostra-se frequentemente como pimento vermelho. O que pode ser o mote para uma experiência eno-gastronómica, casando vinho desta casta com os enchidos de elevada qualidade.
Mas não apenas o pimento surge nesta casta de cariz vegetal: eucalipto e menta são também comuns nestes néctares. Os vinhos têm boa estrutura de boca e elegância, sendo muitas vezes usados para a melhoria de lotes.
TOURIGA FRANCA
A Touriga Franca é outra casta criada pelo homem, surgindo do casamento de Touriga (antigamente não era chamada de Nacional) e de Mourisco, algures no final do século XIX. O objectivo terá sido o de conseguir videiras boas de trabalhar e uvas de qualidade na adega. O resultado foi alcançado.
Teve origem no Douro e nem sempre gosta dos locais onde a plantam. Sente-se «em casa» região de Borba, onde absorveu o mundo em seu torno. Raramente surge sozinha, oferecendo estrutura e nervo aos lotes. Aromaticamente é rústica, evocando restolho e ervas bravias.
ALFROCHEIRO

Pouco se sabe desta casta, mas a diminuta variedade genética indica que será recente. O Alentejo é onde tem maior expressão, uma vez que a Alfrocheiro gosta de clima mais seco e ensolarado. Apresenta-se com tonalidade carregada, com aromas a amora, ameixa preta e morango silvestre. Dá vinhos macios e de fácil agrado.
TINTA CAIADA
A Tinta Caiada aprecia o calor e muitas horas de luz solar, pelo que no Alentejo goza de merecida boa fama. Tem o condão da frescura, com boa estrutura e macieza, e longevidade na boca. O aroma lembra frutos vermelhos, chocolate preto e notas de terra. Produzem-se vinhos muito fáceis de agradar e que transmitem bem o carácter do vinho alentejano.