O tempo faz o seu trabalho e nas vinhas a natureza cumpre as tarefas que os agricultores aguardam. A vida das videiras não tem tido sobressaltos e o ano está a correr de feição para que se obtenha um bom resultado no final do ano vitícola: as vindimas.
No entanto, é ainda cedo para prognósticos, mas as plantas estão a responder da forma típica do momento, conhecido pelo período do «pintor».
A designação popular encerra a poesia das coisas que são queridas e define na perfeição o processo natural. É no tempo do pintor que os bagos mudam as suas cores. Até aqui, as uvas eram apenas verdes e agora assumem as suas cores típicas.
Dizer tintas e brancas é generalizar, pois cada casta tem os seus matizes, e há que ter em conta também a localização e a evolução natural. Quer isto dizer que as vinhas estão como a paleta de um pintor. Disse uma vez um menino que as uvas pareciam-se com aqueles doces coloridos, redondinhos, que se vendem nuns tubinhos. É assim mesmo o «pintor», uma alegria.