A qualidade e perfil sensorial de um vinho são condicionados pela casta e, entre outros, por quatro fatores principais: o clima, o solo, as características do terreno – relevo, exposição – e as técnicas utilizadas na sua produção. São eles que, em conjunto, definem o terroir de uma determinada região, ou seja, o que marca e diferencia um vinho.
O terroir de Borba destaca-se por apresentar uma conjugação dos seguintes fatores:
A sub-região de Borba é marcada pela sua altitude média se situar acima dos 400m, constituindo um planalto acima da peneplanície alentejana, que juntamente com a influência da Serra d'Ossa é responsável por um microclima sui generis.
É significativa a pluviosidade média acima da média do Alentejo central, bem como as noites mais frescas e manhãs orvalhadas, que juntamente com as muitas horas de sol e verões quentes e secos, característicos da região do Alentejo, influenciam o ciclo da vinha.
Maioritariamente assente no maciço calcário, conhecido por zona dos mármores, os solos da região são do tipo vermelhos calcários, rodeados por manchas de xistos vermelhos a Norte e pedras de xisto preto a Sul. Todas com boa capacidade de armazenamento de água e muito bem drenadas.
Com uma tradição de cultivo de vários séculos, é natural que as gentes da região respirem a vinha em toda a sua dimensão, acumulando técnicas e conhecimentos práticos ao longo das várias gerações que muito influenciam a forma como as vinhas são tratadas.
Este terroir dá origem a vinhos “elegantes”, dada a combinação de frescura natural, boa estrutura, excelentes perfis aromáticos e um grau alcoólico que raramente é excessivo. São vinhos que se caracterizam pelo equilíbrio.
| Concelho | Área (Ha) | Percent. (%) |
|---|---|---|
| Borba | 1268 | 57% |
| Estremoz | 718 | 32% |
| Sousel | 87 | 4% |
| Vila Viçosa | 80 | 4% |
| Elvas | 59 | 3% |
| Monforte | 9 | 0,40% |
| Arraiolos | 2 | 0,10% |
| Total geral | 2223 |
A Adega de Borba conta atualmente com cerca de 270 viticultores associados, responsáveis pelo cultivo de 2.220 hectares de vinha.
As áreas de vinha apresentam cerca de 70% com castas tintas e 30% de castas brancas.
Arinto
Provavelmente a casta branca com maior expressão no território nacional. Produz vinhos com um excelente equilíbrio entre o álcool e acidez.
Roupeiro
É a principal casta branca do Alentejo. Esta uva origina vinhos delicados, frescos, elegantes, com uma tonalidade citrina.
Rabo de Ovelha
Está dispersa por todo o país, especialmente no Alentejo, Ribatejo e Estremadura. Origina vinhos de cor citrina, com aromas discretos, ligeiramente frutados, equilibrados e de média intensidade, com notas florais e vegetais.
Antão Vaz
Esta casta, que se encontra apenas no Alentejo, origina vinhos firmes, estruturados, encorpados, com aromas exuberantes como as notas de fruto tropical maduro.
Fernão Pires
É uma das castas mais plantadas em Portugal, tradicionalmente nas regiões do Tejo, Lisboa e Bairrada. Os seus vinhos mostram uma cor citrina e acidez equilibrada, com aroma a lima, limão, tangerina, entre outros.
Aragonez
Trata-se de uma variedade nobre, presente em grande parte de Portugal. No Alentejo, o clima quente e seco, ajuda a produzir vinhos elegantes e com «nervo». Mostra-se com aromas a frutos do bosque e a ameixa preta.
Trincadeira
Quase todo o território de Portugal Continental conhece vinhas desta variedade. O aroma dos seus vinhos é complexo, juntando ameixa preta, notas vegetais e pimenta. No palato são macios, elegantes e com acidez.
Syrah
A Syrah é uma das castas mais plantadas em todo o mundo. No Alentejo, encontrou uma «boa casa» para viver. Aromaticamente, os seus vinhos lembram cacau, ou chocolate preto, ameixa preta e especiarias. São macios e fáceis de agradar.
Alicante Bouschet
Embora com um nome francês, é uma casta bem alentejana. Gera vinhos complexos em termos olfativos, onde surgem aromas de frutos do bosque, cacau, azeitona e herbáceos. Tem taninos firmes, é volumosa e generosa quando colocada em lote.
Castelão
A Castelão gosta do Sul de Portugal, onde o clima é mais quente. Os vinhos desta variedade são de vermelho denso, apresentando um sabor macio, redondo, com volume e agradável acidez. Em termos aromáticos dominam os frutos do bosque, especialmente a groselha.
O concelho de Borba fica no coração do Alto Alentejo, a uma altitude média de 416 metros, num planalto em pleno maciço calcário do Norte Alentejo, mais conhecido como “zona dos mármores”.
Este microclima assegura índices de pluviosidade levemente superiores à média, bem como períodos de insolação menos expressivos quando comparados com as restantes zonas da região. Tal realidade contribui para a produção de vinhos especialmente frescos e elegantes.
Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo vitivinícola, estendendo-se ao longo do eixo do mármore que une Sousel a Alandroal, passando por Estremoz, Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos, Borba, incluindo ainda na sua área social, Arraiolos, Monforte e Elvas.
A maior parte destas zonas são pautadas por solos com substratos únicos, caracterizados pelos depósitos colossais de mármore, que marcam de forma incontornável e decisiva a viticultura e a qualidade dos vinhos da região.
Por outro lado, as extensas manchas de xisto vermelho, distribuídas heterogeneamente por terras pobres e austeras, constituem outra tipologia marcante de Borba, naquela que é uma das sub-regiões mais dinâmicas do Alentejo.
